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De Madri para Porto Alegre: South Summit Brazil chega ao 2º ano com o desafio de atrair mais latino-americanos

Tudo começou em 2012 e em plena crise europeia, com a Espanha passando por um dos momentos mais difíceis de sua história recente. Foi pensando nas oscilações da economia que María Benjumea decidiu criar em Madri o Spain Startup, para ser um ponto de encontro, gerar oportunidades de negócios e conexões de alto valor. “Quando se conecta empresas tradicionais, empreendedores e startups com a gasolina dos investidores, o resultado é espetacular”, diz ela.

O evento começou pequeno: com duração de um dia e meio, reunindo cerca de 50 empresas e 500 participantes. A virada veio em 2014, com a mudança de nome para South Summit. “Queríamos chamar investidores internacionais e mostrar a potência da Espanha e seus talentos”, conta María. Deu muito certo e os números mudaram de forma exponencial – chegando a 500 investidores no total, sendo 75 estrangeiros.

Em 2022, além de completar 10 anos de história, o South Summit atingiu mais um marco: estreou sua edição brasileira em Porto Alegre, organizada pelo empreendedor José Renato Hopf, em parceria com o governo do Estado do Rio Grande do Sul. “Em todos os ecossistemas de inovação maduros do mundo, existe um evento que atua como elemento catalizador”, diz Hopf, que analisou oito eventos globais antes de escolher o modelo espanhol.

A primeira edição brasileira aconteceu durante três dias, em maio de 2022, no Cais Mauá, às margens do Rio Guaíba, e alcançou bons números: mais de 500 palestrantes, 20 mil visitantes, 8.500 empresas, 3.300 startups e cerca de 450 investidores, com uma carteira total de mais de US$ 65 bilhões disponíveis. Segundo os organizadores, foram 182 jatos executivos pousando na cidade durante a realização do encontro – e eles querem mais.

A parceria com o governo do Rio Grande do Sul prevê que o South Summit Brazil ocorra na capital gaúcha pelo menos até 2027. A segunda edição deve acontecer de 29 a 31 de março, e o desafio, segundo Hopf, é atrair ainda mais empreendedores de outros países da região. “A gente quer deixar o evento ainda mais global, ter mais palestrantes, participantes e startups da América Latina.”

Alguns nomes já confirmados são; Ruchika Sikri, general partner & principal da Wisdom Venture nos Estados Unidos; Daniel Izzo, CEO da Vox Capital no Brasil; Celso Athayde, CEO e executivo Social da Favela Holding e CUFA; e Marcelo Lacerda, chairman da Magnopus.

Para Hopf, o “inverno das startups” não deve esfriar os negócios para este ano. “As crises vêm e vão. O momento está oportuno, apesar desses ajustes. Os fundos querem investir”, diz ele. “É um cenário bom para aportes, porque é um momento de baixa.”

Hopf e María não demonstram apreensão ao ouvir falar da concorrência com o Web Summit Rio, evento que chega de Lisboa para a capital fluminense, em maio deste ano. Segundo eles, os dois encontros têm dinâmicas e conceitos distintos, com o Web Summit sendo uma grande conferência, enquanto o South Summit busca ser um ponto de conexão para negócios. “A chegada dos eventos demonstra que o Brasil é um país extraordinário, onde todos querem estar”, conclui María.

Competição de startups

O South Summit Brazil conta com uma Competição de Startups, cujas inscrições se encerraram nesta segunda-feira (16). Na primeira edição, participaram mais de 1.000 startups de 76 países, como Estados Unidos, Espanha, Argentina, Colômbia e Reino Unido. Para a segunda edição, segundo a organização do evento, o objetivo era chegar a 2.000 inscritas.

As startups cadastradas passam por um processo de seleção, com base em critérios como inovação, viabilidade, escalabilidade, sustentabilidade e equipe, além de interesse de potenciais investidores. Os finalistas podem apresentar seus projetos presencialmente, com a possibilidade de reuniões com investidores e corporações. Ao final, cinco startups são escolhidas nas categorias: Destaque, Mais Sustentável, Mais Escalável, Mais Inovadora e Melhor Time.

Desde a sua criação na Espanha, em 2012, o evento já gerou investimentos de 8,2 bilhões de euros às startups participantes e finalistas da competição, segundo os organizadores.

Fonte: Época Negócios