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Entenda como a tendência do live commerce chegou ao Brasil

Monique Lima e Etienne Du Jardin se uniram numa jornada empreendedora, trazendo ao Brasil uma nova modalidade de vendas online

Iniciar um negócio no Brasil não é para amadores. E nesse quesito, as mulheres estão se destacando. Uma pesquisa realizada pelo Movimento Aladas, em parceria com o Sebrae São Paulo, aponta que durante a pandemia, 33% das novas empresas foram abertas por mulheres, contra 29% por homens. E a empresária Monique Lima, hoje CEO da Mimo Live Sales, que realiza o maior número de live commerces na América Latina, se encaixa nesse perfil.

Monique queria iniciar um negócio com propósito. Para isso, criou coragem e deixou um emprego em uma grande agência, onde ela já tinha sua carreira estabelecida. Na outra ponta, surgiu Etienne Du Jardin, executiva também experiente que atua há mais de 20 anos no ecossistema de inovação, implementando produtos digitais para grandes marcas. Elas juntaram suas forças e competências e criaram a Mimo Live Sales, empresa que tornou o live commerce conhecido no Brasil.

E isso aconteceu justamente no início da pandemia, quando havia negócios baixando suas portas por conta dos efeitos do lockdown. Corajosas, as duas encararam o desafio de abrir uma empresa 100% digital e oferecer uma nova modalidade de comércio online justamente em um momento no qual o varejo sofria na carne esses efeitos.

Elas foram buscar esse novo modelo do outro lado do mundo, literalmente. Estamos falando da China, que é o berço do live commerce, cuja atividade hoje movimenta cerca de US$ 200 bilhões em GMV, com gigantes como o aplicativo Tao Bao, pertencente ao Alibaba.

O momento demandou dedicação integral ao negócio. Monique se viu às voltas com o desafio de colocar o negócio de pé e conciliar isso com a maternidade: ela é mãe de Jorge Paulo e Manuela e, de 1 e 3 anos. “Não foi fácil ter que trabalhar até de madrugada e ainda encontrar tempo para cuidar dos filhos, cheguei até a fazer pitch de investimento direto da maternidade. Mas com o passar do tempo, fui separando melhor o horário deles e o da Mimo.”, conta.

O mergulho no negócio inicialmente foi entender como seria possível adaptar o live commerce para a realidade brasileira, que tem diferenças culturais grandes em relação à China. Monique e Etienne fizeram uma profunda pesquisa de comportamento no mercado brasileiro e chegaram à conclusão de que precisavam adotar estratégias diferentes, como a criação de lives que mesclassem tecnologia, boas oportunidades e entretenimento para estimular a compra.

Assumir as rédeas do crescimento

A partir do momento em que o negócio entrou no ar, em junho de 2020, a Mimo Live Sales não parou de crescer. Rapidamente, o live commerce caiu nas graças do brasileiro e a fila de empresas interessadas em fazer lives de venda na plataforma da empresa ficou quilométrica. “Chegamos a ter 400 empresas em fila de espera para fazer sua live com a gente. Não esperávamos um sucesso tão rápido”, diz Monique.

Com o aumento estrondoso do interesse das marcas, as empresárias passaram para uma nova etapa do negócio. Em pouco tempo já estavam fazendo evoluções na plataforma e abrindo outras possibilidades dentro do próprio live commerce, como dar um curso e consultoria sobre o tema para as marcas, junto com a tecnologia.

Para chegar até aqui – hoje a Mimo Live Sales tem grandes nomes em seu portfólio de clientes, como Johnson&Johnson, Laces, RiHappy, Dermage, Grey Goose, Missoni, C&A, Whirpool, Bayer, Biossance, entre outros – Monique e Etienne usaram habilidades que sempre fizeram parte de suas vidas, como a resiliência, criatividade, liderança, flexibilidade e, principalmente,  olhos atentos no comportamento dos consumidores que, com a pandemia em curso, ansiavam por uma nova forma de comprar.

Monique avalia que elas já trilharam uma parte importante do caminho, mas a necessidade de andar lado a lado com a inovação faz parte de suas rotinas. “Lidamos com tecnologia, com um mercado que é influenciado diretamente pelo comportamento do consumidor, que muda continuamente. Nos inspiramos na China, mas temos muita melhoria de produto que não existe em nenhum outro lugar. Estamos sempre atentas em como podemos melhorar, com o foco em facilitar cada vez mais o processo para as marcas. Quando eles nos contaram que não sabiam fazer as lives, trouxemos o curso. Quando nos falaram que não sabiam avaliar a performance, trouxemos um dashboard que vai muito além dos dados tradicionais de um streaming. Transformamos os problemas dos nossos clientes em produtos e soluções que deixam o nosso produto cada vez mais valioso. ”, conclui a executiva.

Fonte: Revista empreende